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"A Igreja não pode entender-se como um aparelho de poder ou uma empresa religiosa, mas como povo de Deus e comunidade do Espírito nos diferentes lugares e no mundo", escreve Anselmo Borges, teólogo e fílósofo, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, comentando o novo livro de Hans Küng, Ist die Kirche noch zu retten? (A Igreja ainda tem salvação?), em artigo publicado no Diário de Notícias, 21-05-2011. Anselmo Borges, é padre da Sociedade Missionária da Boa Nova, estudou Teologia na Universidade Gregoriana, Roma, Ciências Sociais na École dês Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, e Filosofia na Universidade de Coimbra. Foi professor de Filosofia e Teologia na Universidade Católica Portuguesa e no Seminário Maior de Maputo, Moçambique. Eis o artigo. Não falta quem se irrite com o simples nome de Hans Küng, acusando-o inclusivamente de ressentido: não teria ainda perdoado a João Paulo II nem a Bento XVI a condenação. Mas quem tenha boa fé sabe que Küng se confessa convictamente cristão - para ele, ser cristão é ter Jesus Cristo como determinante na vida e na morte - e não pode ignorar o seu contributo incalculável para o encontro da fé com o mundo moderno e pós-moderno e um ethos global. Leia-se, por exemplo, a sua recente obra Was ich glaube, várias vezes aqui citada e agora traduzida para espanhol - Lo que yo creo -, onde, de modo profundo e pessoal, responde às perguntas essenciais: em que posso acreditar?, em que posso confiar?, em que posso esperar?, como posso configurar a minha vida? Foi por imperativo de consciência que escreveu o livro que acaba de ser publicado: Ist die Kirche noch zu retten? (A Igreja ainda tem salvação?). "Preferiria não ter escrito este livro. Não é agradável dirigir à Igreja, que foi e é a minha, uma publicação tão crítica", mas, "na presente situação, o silêncio seria irresponsável". De que sofre a Igreja? A Igreja católica, a maior, a mais poderosa, a mais internacional Igreja, essa grande comunidade de fé, está "realmente doente", "sofre do sistema romano de poder", que se caracteriza pelo monopólio da verdade, pelo juridicismo e clericalismo, pelo medo do sexo e da mulher, pela violência espiritual. Que propõe Küng? É preciso voltar a Jesus Cristo, ao que ele foi, é, quis e quer. De facto, em síntese, a Igreja é a comunidade dos que acreditam em Cristo: "A comunidade dos que se entregaram a Jesus Cristo e à sua causa e a testemunham com energia como esperança para o mundo. A Igreja torna-se crível, se disser a mensagem cristã não em primeiro lugar aos outros, mas a si mesma e, portanto, não pregar apenas, mas cumprir as exigências de Jesus. Toda a sua credibilidade depende da fidelidade a Jesus Cristo." Como procederia Jesus nas actuais situações, quando pensamos no modo como agiu? Seria contra o preservativo, os anticonceptivos, excluiria as mulheres, obrigaria ao celibato, proibiria a comunhão aos recasados? Que diria sobre as relações sexuais antes do casamento? Como procederia em relação ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso? A Igreja não pode entender-se como um aparelho de poder ou uma empresa religiosa, mas como povo de Deus e comunidade do Espírito nos diferentes lugares e no mundo. O papado não tem que desaparecer, mas o Papa não pode ser visto como "um autocrata espiritual", antes como o bispo que tem o primado pastoral, vinculado colegialmente com os outros bispos. A Igreja, ao mesmo tempo que tem de fortalecer as suas funções nucleares - oferecer aos homens e mulheres de hoje a mensagem cristã, de modo compreensível, sem arcaísmos nem dogmatismos escolásticos, e celebrar os sacramentos -, deve assumir as suas responsabilidades sociais, apresentando, sem partidarismos, à sociedade opções fundamentais, orientações para um futuro melhor. Não se trata de acabar com a Cúria Romana, mas de reformá-la segundo o Evangelho. Essa reforma implica humildade evangélica (renúncia a títulos como: Monsignori, Excelências, Reverências, Eminências...), simplicidade evangélica, fraternidade evangélica, liberdade evangélica. E é necessário mais pessoal profissional, acabando com o favoritismo. De facto, esta Igreja é altamente hierarquizada e ao mesmo tempo caótica. Quem manda no Vaticano? "Conselheiros independentes haverá poucos." Mais: precisa-se de transparência nas finanças da Igreja; deve-se acabar com a Inquisição, não bastando reformá-la, e eliminar todas as formas de repressão; não é suficiente melhorar o Direito eclesiástico, que precisa de uma reforma de base; deve-se permitir o casamento dos padres e dos bispos, abrir às mulheres todos os cargos da Igreja, incluir a participação do clero e dos leigos na eleição dos bispos; não se pode continuar a vedar a Eucaristia a católicos e protestantes; é preciso promover a compreensão ecuménica e o trabalho em conjunto. Fonte |
domingo, 22 de maio de 2011
A Igreja ainda tem salvação?
Terapia do Elogio
Pela recomendação do Walter, segue um belo pedaço de reflexão - Terapia do Elogio
Curso de Fotografia em Juquiá
PROJETO VALE DO RIBEIRA
Ata do encontro em Juquiá para o curso de fotografia realizado pelos missionários da Família Arnaldina em 14 de Maio de 2011, na Paróquia Santo Antonio.
Chegamos a Juquiá no Noviciado as 19h00 do dia 13 de Maio dia de Nossa Senhora de Fátima onde pernoitamos. No dia seguinte participamos das orações com o Pe. Manh Le, Pe,Joãozinho e os 03 noviços. Tomamos café e o Pe. Joãozinho nos acompanhou até a Paróquia. O curso começou as 09h15 e foi presidido por Jorge Miranda acompanhados por Walter Sousa, Claudia Pereira e com a acolhida dos padres Fabio, Antônio e Joãozinho iniciando o curso com uma oração e apresentação dos 15 participantes com idades entre 12 a 30 anos.
Jorge Miranda apresentou a primeira parte do curso com teorias, histórias da fotografia e tipos de máquinas fotográficas. As 10h50 tivemos o intervalo para o café e em seguida dando continuidade ao curso com teorias e técnicas da fotografia. Ao meio dia foi servido o almoço no salão paroquial para todos com a presença dos Padres Fabio e Antonio.
As 13h00 Jorge Miranda passou a apresentação da segunda etapa do curso: Composição da Luz e a Desconstrução do olhar e demonstração de retoque digital dando exemplos fotográficos para os participantes. Em seguida Cláudia fez o encerramento do curso expondo a importância da fotografia como informação na comunidade e com a proposta de desenvolver a formação de uma PASCOM (Pastoral da Comunicação) e desejos futuros de criação de um Boletim Paroquial e outros mecanismos de comunicação nas comunidades que serão debatidos no segundo encontro (a ser definido a data) já com o tema proposto pela equipe, relacionado com a prática fotográfica na comunidade.
O curso foi encerrado com sorteios de vídeos, CDs e fotografias para os alunos e a entrega de certificados para os participantes. Sendo assim nada a mais a acrescentar esta ata foi lavrada por mim, Maria Cláudia Pereira.
- Participantes:
- 1. Cassio Maciel Gomes
- 2. Lucas Alves Américo
- 3. Carolina Alves Américo
- 4. Aline Shimoi Rodrigues
- 5. Fernando Pereira Coutinho
- 6. Fabiola Conceição da Cruz Coutinho
- 7. Karina dos Santos Pinheiro
- 8. Karile Pereeira Lira
- 9. Aléxia Inaraí Henck
- 10. Geisy Gonçalves da Silva
- 11. Maria Claudia Silva Batista
- 12. Mirna Schmeing Corrêa
- 13. Nathália dos Santos Gomes
- 14. João Maria Ferreira
- 15. Gerson (Noviço)
RELATÓRIO VISITA À JUQUIA
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Ricardo e amigo |
No dia 1º de Maio de 2011 (Dia do Trabalhador), aconteceu no Salão Paroquial da Paróquia Santo Antônio, na cidade de Juquá-SP, o encontro dos coordenadores das comunidades, promovido pelo Grupo Família Arnaldina da Congregação dos Missionários do Verbo Divino.
O encontro foi iniciado com a palavra do Pe. Fábio, que deu as boas-vindas a todos os participantes, e logo em seguida conduziu a oração inicial fazendo memória o Dia do Trabalhador (lembrando dos profissionais que vivem nas comunidades rurais e nas cidades); comentou ainda a Beatificação do Papa João Paulo II. Em seguida proclamou o Evangelho de João 29, 19-31.
Foi feita a leitura da Ata do Encontro anterior; logo a pós passou a lista de presença e o Pe. Fábio concedeu a palavra ao Ricardo Oyamada (Família Arnaldina), que iniciou a reflexão sobre a Animação Missionária.
Ricardo fez um levantamento do que os presentes compreendem sobre a palavra “animar” e “missão”.
Em seguida motivou o grupo com a “Dinâmica das Pedras”, para ressaltar a importância da partilha, comunhão, compromisso missionário, integração, entre outros.
Depois da dinâmica, Ricardo dividiu o grupo em dupla para conversar sobre o tema Animação Missionária, a partir do texto “Jesus partiu o pão”, do escritor Ramlit Navarro.
Modelo do Animador Missionario, Jesus Cristo
PARTIR: Jesus partiu o pão, por Ramlit Navarro
Partir é pôr-se a caminho, sair, ir alem. Quem parte se coloca a disposição para seguir ou criar caminhos; é deixar algo para atrás em prol daquilo que está além. Quem parte se torna diferente do que aquele que se acomoda. Partir é uma ousadia ou algo tão inerente num ser humano em evolução; às vezes, é uma loucura do ponto de vista de quem está na zona de conforto. Partir é nada mais que um desperdício para quem não muda e não cresce.
Partir também é quebrar, dividir-se, romper, separar. Há coisas que se partem e se consertam, se tornam pedaços quebrados a serem recolhidos ou jogados. Coisas quebradas são coisas quebradas. Porém, pessoas quebradas é outra coisa. Qualquer quebra, divisão, rompimento ou separação traz imensa dor. No entanto, partir apresenta ruptura ou destruição mas também sinaliza renovação. Às vezes, partir é nada mais que uma etapa na evolução do ser humano ou um componente no ciclo da vida - - começo-meio-fim, e depois de partir, um recomeço e assim por diante.
Enfim, partir é repartir. Partir é partilhar. A fim de partir e repartir o que a pessoa tem, é preciso partir para outro lado e correr o risco de ser partido. Assim que se vive a dinâmica da partilha.
Jesus tomou decisão de colocar o Reino de Deus em sua vida acima de tudo. Ele é a presença de Deus a quem ele dá graças incessantemente por seu amor. Impulsionado pelo amor de Deus, ele partiu da sua aldeia de Nazaré, se pus a caminho rumo a Jerusalém e às cidades vizinhas e foi além das fronteiras impostas pela religião dominante. Jesus partia a fim de mostrar e demonstrar os valores do Reino mas suas palavras e ações acabaram desafiando e insultando os poderosos. Ele não tinha receio de anunciar verdades e denunciar mentiras porque ele era uma pessoa livre e vivificada pelos valores do Reino. Ele se tornou uma ameaça a um sistema disfuncional. Ele foi um homem quebrado pelas ameaças, rejeições e castigos. Quantas vezes ele chorou com coração rompido por seu amado povo sofrendo nas mãos das autoridades religiosas e políticas. Para eles, Jesus devia morrer mesmo porque ele se tornou um sinal de divisão no meio do povo. Ele foi além demais porque questionava e violava algumas leis e tradições religiosas intocáveis. Ele era visto como um subversivo ousado a ser lançado na cruz como e com os outros violadores atrevidos. Então, os detentores do poder partiram pra cima dele perseguindo-o e levando-o a sua condenação e morte. Ele foi brutalmente partido em nome do Reino de Deus e do povo que ele tanto amou.
* Pela graça de Deus, recebemos tantos dons a fim de colaborar na construção do Reino de Deus. E o dom mais importante dado por Deus é o amor. Em outras palavras, a dádiva pela qual devemos agradecer a Deus infinitamente é a possibilidade de amar e ser amado. Jesus foi imensamente amado, por isso ele foi capaz de amar tanto. Ele amou a Deus com todo o seu ser e amou o povo de Deus com toda a sua vida. Ele era um sinal de amor no alvejado Reino de Deus instaurado na terra. Ele deixava tudo e fazia tudo por amor. O seu amor livre e irreverente incomodava àquelas pessoas cujo amor ou jeito de amar era medido, definido, regulado e controlado pelas leis e tradições religiosas. Eram leis e tradições para tantas coisas que acabaram ofuscando o que era o essencial no âmbito de amor, isto é, amar a Deus e amar ao próximo. Quem demonstrava amor fora dos parâmetros daquelas leis e tradições era considerado pecador. Por isso, Jesus sofreu e morreu – por amor.
Seguindo os passos de Jesus, o partir do pão nos leva ao essencial do amor: amar a Deus e amar ao próximo. Parece um simples resumo dos mandamentos mas não é. Amar a Deus, todos dizem. Amar ao próximo é uma graça que rompe barreiras. Pelo Espírito, nós somos enviados a amar a Deus com todo o coração, espírito e força. E nós somos inspirados a amar ao próximo de forma mais verdadeira e libertadora. E quem é o próximo? É a pessoa bem próxima de nós. Mas as leis e tradições matam o amor porque não deixam o próximo estar bem próximo. Portanto, quem ama de forma concreta optando em ter uma pessoa amada bem próxima parte e se parte. Ou amamos a Deus ou amamos aqueles que se fazem Deus? Ou amamos o próximo ou amamos o distante?
Animação Missionária, significa animar-se em primeiro lugar, romper-se do seu mundo fechado.
Em comunidade cada qual deve animar uns aos outros, unir-se e daí vem a força necessária para tornar-se comunidade que busca união e consequentemente a sua Missão, dentro e fora dela.
Para Reflexão:
• Missão (por Dom Helder Câmara)
Missão é partir, Caminhar, Deixar tudo, Sair de si,
Romper com egoísmo que nos fecha em nosso eu.
É deixar de dar voltas ao redor de nós mesmos
Como se fossemos o centro do mundo e da vida.
É não deixar se bloquear pelos problemas do pequeno mundo
A que pertencemos, a humanidade é maior.
Missão é sempre partir, porém, não devorar quilômetros.
É sobretudo abrir-se às outras pessoas como irmãos
Descobrindo-os e encontrando-os.
E, se para encontrá-los e amá-los
É necessário atravessar os mares
E voar mais no mais alto do céu,
Então, missão é partir até os confins do mundo.
Dando continuidade ao encontro, Ricardo lançou duas perguntas fundamentais:
• O que falta em nossas comunidades em relação ao tema?
Resposta dos participantes:
Falta de ousadia, disponibilidade, abertura, ânimo, decidir-se, comunicação, amor, doação, coragem, assumir, fazer a diferença, conhecimento, vontade, testemunho, vivência da palavra, incentivo, participação, compromisso, oração, idéias novas, desprendidos, dedicação, jovem (participação), formação, responsabilidade, lealdade, caminhar juntos, cuidar do planeta, paz, amizade.
• O que fazer em nossas comunidades para melhorar as situações levantadas?
Resposta dos participantes:
Intercambio com outras comunidades, colocar em pratica as idéias, planejar, acolher, participar, promover encontros da juventude, procurar envolver as comunidades nos trabalhos paroquiais, vida comunitária, união, diálogo profético, se por a caminhar (não esperar pelos outros), encontros missionários, fazer círculos bíblicos, trabalhar em equipe, criatividade na liturgia, conscientizar as pessoas, responsabilidade, partilha dos bens.
Para finalizar Ricardo passou a palavra para o Pe. Fábio, que apontou três momentos de caminhada na Paróquia:
• a liturgia;
• vida comunitária;
• amar em Jesus Cristo.
Logo em seguida a catequista Alexandra, do grupo Mini-jovem, partilhou a sua experiência.
Finalizando, Pe. Fábio agradeceu a participação e presença de todos, e, rezando o Pai-Nosso encerrou o encontro.
Esta foi lavrada e após ser lida será assinada por todos os presentes.
Assinatura: ( 38 pessoas )
- Próximo encontro 05/06 das 8:00 às 12:00 (Tema: Festa Santo Antonio)
- Ata efetuada por Dildnei, Paulo e Gerson
CONFRATERNIZAÇÃO E ALMOÇO
(faltou foto, desculpe-me, Ricardo)
sexta-feira, 20 de maio de 2011
ASCENÇÃO: UMA IDA ALÉM
por Ramlit Navarro
A ascenção de Jesus é uma demonstração das possibilidades plenamente humanas e divinas. O Filho de Deus é capaz de assumir a condição humana (encarnação) e elevá-la às alturas renovadas e vencedoras na presença de Deus (ascenção). Graças ao Verbo Encarnado por ter mostrado fontes de esperança para quem caminha com os pés no chão nas estradas da vida!
Jesus subiu aos céus. Assim, acreditamos, à luz dos relatos bíblicos baseados nas narrativas da ressurreição. Subiu quem estava no fundo, subiu aquele que desceu ao abismo do sofrimento e da morte. Se elevou o servo sofredor do túmulo da escuridão e estagnação. Jesus está vivo, mais vivo que antes!
A ascenção de Jesus significa que ele foi além -- além do túmulo, além da morte, além dos limites impostos, além desta vida, além deste mundo, além dos conceitos e das definições. É uma amostra de um salto para além. Um ser humano abençoado por Deus é capaz de ir além. Jesus é um de nós, além de nós. E ele, em sua vida, morte e ressurreição nos ensina a ir além - além das tradições religiosas e culturais e alcançar um horizonte além. Jesus aponta incansável e fielmente um horizonte além que é o Reino de Deus. Além de nós mesmos, além das religiões, além das culturas e raças, além da economia e política, além de toda a criação, além de tudo que é passageiro existe algo absoluto e definitivo -- o Reino de Deus. Qualquer igreja tem credibilidade somente quando ela é capaz de ir além de si mesma. Uma comunidade se torna verdadeiramente cristã quando ela proclama, serve e testemunha ao Reino de Deus como Jesus fazia. Ou seja, a igreja é igreja enquanto ela aponta o Reino de Deus. A igreja se torna igreja só quando ela aprende e reconhece que é chamada para ir além de si. Isto quer dizer que a missão das comunidades cristãs não é concentrar nos seus problemas internos e fortalecimento de suas próprias estruturas mas sim, olhar para fora no mundo que grita, desafia e pede socorro. E desnecessário dizer, o Reino de Deus não é propriedade de nenhuma igreja, religião ou instituição. O Reino de Deus é o Reino de Deus - um reino de justiça, paz e compaixão.
Nesta fase da minha vida, encontro minha inspiração nas pessoas que têm demonstrado força de superação no meio das adversidades e limitações. São pessoas capazes de ir além e vencer. Diria que são pessoas que testemunha uma ascenção já nesta vida. Uma delas é o meu amigo Raymundo. Veja abaixo fotos de mim e Raymundo (segurando a bandeira da Suiça):
Raymundo Caetano Pinto é pai da Mychelle cujo parto, em 1986, teve complicações e ela acabou sofrendo um acidente. O cordão umbilical enrolou no seu pescoço o que a impediu de respirar por alguns instantes, o suficiente para causar uma lesão cerebral por falta de oxigenação. Era um "acidente" causado pelos erros médicos. Para piorar, os médicos disseram que ela não sobreviveria por muito tempo e que se sobrevivesse as seqüelas seriam graves. Era uma maneira de dizer que ela iria morrer em breve ou ela não teria futuro. Imagine se você fosse o pai ou a mãe da Mychelle vendo sua filha naquele estado e ouvindo toda aquela história!
Mychelle conseguiu sair do hospital com vida, porém com seqüelas. Não tinha sustentação da cabeça, "era toda molinha", não interagia com pessoas ou com brinquedos, não conseguia segurar os objetos, não andava e não falava, era totalmente dependente. Mesmo assim, o Raymundo e sua esposa Luíza, não desistiram em procurar ajuda médica e estudar sobre o assunto. A batalha foi árdua! E bastante cara! Até que em 1994, Raymundo foi dispensado do seu trabalho, e com medo de não conseguir manter os tratamentos devido ao alto custo, investiu em uma piscina terapêutica nos fundos de sua casa com o dinheiro recebido de sua rescisão. Assim, Mychelle foi crescendo e obteve uma melhora inacreditável. Os próprios médicos que disseram que ela não sobreviveria, ficavam espantados com a melhora. Com isso, muitas famílias com filhos portadores de deficiência física e mental começaram a envia-los à casa do Raymundo para beneficiar da terapia no seu quintal.
Com eles, sou testemunha de muitas histórias de recuperação. Vejo nestas histórias e pessoas abençoadas, fontes de alegria e esperança. Vejo que a verdadeira alegria é fruto de uma profunda tristeza. Já vi que a mais autêntica esperança somente pode nascer no meio de desespero.
Afinal, a ascenção demonstra que do túmulo pode surgir a vida; a descida à mansão dos mortos pode transformar em subida aos céus; as cicatrizes da derrota podem tornar-se marcas da vitória. E assim por diante. Assim é a ida para o além.
Sessões de Terapia
Ramlit e Raymundo |
Raymundo Caetano Pinto é pai da Mychelle cujo parto, em 1986, teve complicações e ela acabou sofrendo um acidente. O cordão umbilical enrolou no seu pescoço o que a impediu de respirar por alguns instantes, o suficiente para causar uma lesão cerebral por falta de oxigenação. Era um "acidente" causado pelos erros médicos. Para piorar, os médicos disseram que ela não sobreviveria por muito tempo e que se sobrevivesse as seqüelas seriam graves. Era uma maneira de dizer que ela iria morrer em breve ou ela não teria futuro. Imagine se você fosse o pai ou a mãe da Mychelle vendo sua filha naquele estado e ouvindo toda aquela história!
Mychelle conseguiu sair do hospital com vida, porém com seqüelas. Não tinha sustentação da cabeça, "era toda molinha", não interagia com pessoas ou com brinquedos, não conseguia segurar os objetos, não andava e não falava, era totalmente dependente. Mesmo assim, o Raymundo e sua esposa Luíza, não desistiram em procurar ajuda médica e estudar sobre o assunto. A batalha foi árdua! E bastante cara! Até que em 1994, Raymundo foi dispensado do seu trabalho, e com medo de não conseguir manter os tratamentos devido ao alto custo, investiu em uma piscina terapêutica nos fundos de sua casa com o dinheiro recebido de sua rescisão. Assim, Mychelle foi crescendo e obteve uma melhora inacreditável. Os próprios médicos que disseram que ela não sobreviveria, ficavam espantados com a melhora. Com isso, muitas famílias com filhos portadores de deficiência física e mental começaram a envia-los à casa do Raymundo para beneficiar da terapia no seu quintal.
Hoje, Mychelle com 24 anos é alegria da família e de muitos amigos. E o Raymundo? Ele é o diretor, sua esposa Luíza é a presidente e sua filha Kelly (irmã mais velha da Mychelle) a coordenadora do Instituto de Recuperação & Natação Água Cristalina em Jardim Herculano, São Paulo. O instituto atende gratuitamente a mais de mil pacientes provenientes das famílias carentes de todos os cantos de São Paulo. Atualmente, mais de 3 mil crianças e adultos estão na fila à espera de conseguir uma vaga na terapia. O instituto é um espaço pequeno cheio de amor e compaixão. É uma fonte de cura e recuperação para muitos e milagres para alguns.
Com eles, sou testemunha de muitas histórias de recuperação. Vejo nestas histórias e pessoas abençoadas, fontes de alegria e esperança. Vejo que a verdadeira alegria é fruto de uma profunda tristeza. Já vi que a mais autêntica esperança somente pode nascer no meio de desespero.
Afinal, a ascenção demonstra que do túmulo pode surgir a vida; a descida à mansão dos mortos pode transformar em subida aos céus; as cicatrizes da derrota podem tornar-se marcas da vitória. E assim por diante. Assim é a ida para o além.
Luíza, Raymundo e Mychelle |
Sessões de Terapia
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